sexta-feira, 28 de dezembro de 2018

Adeus, Amos Oz

Em março de 2014, hospedei meu conterrâneo mineiro Marcos Vinícius Mota Soares, de Piunhí, que veio a Israel para um encontro com o famoso intelectual e escritor Amós Oz.

Amós Oz quis conhecer pessoalmente esse jovem brasileiro apaixonado por sua literatura, que havia batizado a livraria dele, na pequena cidade de Piumhi, de "Livraria Oz". A loja de Marcos Vinicius era a que mais vendia o autor em todo o Brasil em proporção por metro quadrado. A editora do autor no Brasil, Companhia das Letras, havia mediado esse encontro, do qual a jornalista Daniela Kresch e eu tivemos a honra de participar e que Marcos Vinícius descreveu naquele dia em sua página no Facebook da seguinte forma: "O escritor israelense Amos Oz, (um dos maiores intelectuais da humanidade), recebeu hoje em seu apartamento, em Ramat Aviv, Marcos Vinicius Mota Soares, dono da Livraria Oz que homenageia seu escritor preferido. Raquel Teles foi a intérprete do encontro e Daniela Kresch fez a cobertura do encontro para Rua Judaica e o jornal O Globo. Marcos Vinicius entrevistou Oz, que foi muito gentil e fez perguntas sobre Piumhí e sobre a Livraria Oz. O encontro durou uma hora e meia."

Sou fã de Oz, tanto como escritor como pensador dessa nossa região; já li quase tudo de Oz traduzido para o português: Pantera no Porão; Entre Amigos; Caixa Preta; Judas; Meu Michel. E o meu preferido "De amor e trevas", histórico e autobiográfico, presente de Marcos Vinícius. Amos Oz passeou conosco por seu apartamento em Ramat Aviv, bairro ao norte de Tel Aviv, nos apresentando a sua imensa biblioteca, que ocupava todas as paredes da sala, de seu escritório e dos corredores. Guardo no coração esse encontro, esse homem humano, esse pensador. E agradeço ao Marcos Vinícius, seu fã número um no Brasil, por ter me proporcionando esse inesquecível momento.

Israel 28 de dezembro de 2018


domingo, 2 de dezembro de 2018

Festival das Luzes: Hanuca / Hanukkah / Chanuca

Ao entardecer do dia 24, se inicia o 25* dia do mês hebraico de Kislev, quando se acende a primeira vela comemorando o primeiro dia do Festival de Hanucá ou Festival das Luzes, que dura 8 dias.
Hanucá lembra a resistência e a vitória dos judeus contra o poderoso rei Antíoco, rei dos selêucidas, braço do antigo império grego, que impôs a helenização da região da Judeia e profanou o Grande Templo de Jerusalém, por volta de 200 a.c. Até que a família do velho Matitiahu (Matias), os Hashmonaim, que viviam na região que hoje é a cidade de Modi'in, se opuseram ao rei, liderados pelo filho mais novo de Matitiahu, Yudah haMaccabi (Judá, o Macabeu / o Martelo); movimento que ficou conhecido como a Revolta dos Macabeus, que culminou com a retomada de Jerusalém e com a purificação do Templo, o qual levou 8 dias para ser limpo e purificado. Daí surgiram as simbologias de Hanucá: de um pequeno pote de óleo puro encontrado no Templo, que resistiu iluminando até que fosse produzido, em 8 dias, novo óleo puro capaz de reiluminá-lo completamente. Ou de como o espírito resistente e a força de uma única família, os Hashmonaim, contagiaram todo o povo de Israel, que lutou contra o poderoso Antíoco e o venceu no ano de 164 a.c.
Em analogia, as pequenas velas acesas a cada dia de Hanucá, de uma até 8, em uma hanukiá - que é colocada próxima à janela ou à porta para que possa ser vista pelo passante comum - contagiam também, lembrando às pessoas que a luz de uma se propaga à outra, fazendo com que uma pequena luz se expanda até expulsar por completo a escuridão. Portanto, Hanucá é o símbolo da força da cultura judaica, que, ainda que pequena no mundo, ilumina a tantos, lançando luz sobre as trevas e se mantendo no tempo, de geração em geração, por milênios.







 


sábado, 1 de dezembro de 2018

São Paulo e Tupis



Eu morava ali, com a minha numerosa família,
no apartamento que foi do meu avô,
no 9 º andar da rua São Paulo 848,
bem na esquina da deliciosa Tupis de mistérios sem fins;
a mesma que me conduzia ao melhor mercado do mundo,
o Mercado Central de Belo Horizonte.

Ali pertinho da primeira livraria Lê / Leitura,
na 37-A da Galeria Ouvidor.
Entre os "points" da época:
as lanchonetes Ted's e Saci.

Em cima da importadora Chen,
que vendia os melhores perfumes do momento,
e da Casa Áurea de tecidos. 

A poucos passos da padaria Strombolle
e suas deliciosas martas-rocha;
da Frutobel e seus mirabéis;
do pastel de carne, frango, queijo e palmito do Chinês;
da Agência Albinos de turismo,
que vendia as famosas e fedidas sandálias de couro da Bahia.

Perto do primeiro Fliperama da cidade,
do copo sujo Café Bahia - 24/7,
e do inesquecível Cine Jacques. 

E ali, quase que diariamente,
me perdendo por esse curto trajeto sem fim,
chegava à 'lan house' da minha infância,
a casa da minha tia Jacyra,
no 9 º andar da Tupis 300,
para consultar - com todo o respeito –  
como a um santuário,
a Barsa.

Ah, a Barsa...
como uma única palavra pode despertar tantas lembranças!
Assim como o cheiro de madelaine em Michel Proust conduz a
onde mora as delícias e as dores de toda infância – perdida.

Memória afetiva de um tempo
que ficou na pré-história
num breve piscar de olhos.

29.11.18
Texto relacionado a um vídeo cômico
sobre o tempo da Enciclopédia Barsa. 



 Rua São Paulo 848 esq/c Tupis - Belo Horizonte 


sábado, 17 de março de 2018

Os Rios de Belo Horizonte

Em Belo Horizonte caiu um temporal que mesmo estando em Israel, acompanhei ao vivo, com temor. A chuva diluvial me conduziu aos anos de infância e juventude nessa cidade que amo. BH se assenta sobre vários rios que, represados nos anos de 1970, viraram ruas e avenidas, pelas quais as novas gerações passam ser saber que estão trafegando sobre o leito de águas adormecidas.

No início de 1979, presenciamos então a maior enchente na história da cidade, que deixou milhares de desabrigados. Sem teto, essa população foi levada para habitar um complexo de casas populares então recém-construído pelo governo do Estado, ao lado da atual Cidade Administrativa - o Morro Alto; onde, pouco depois, fiz estágio como professora de História durante todo o ano de 1983.

Entre os ribeirões que cortam Belo Horizonte, dos quais me lembro, está primeiro o da rua São Paulo, córrego do Leitão, que vinha desde a Prudente de Morais, descia a Bárbara Heliodoro, São Paulo e, cortando Av. Augusto de Lima, seguia a Padre Belchior em direção ao Mercado Central, para dali encontrar o Arrudas em alguma parte, Tupis abaixo. Eu morava na região e descia à pé do Estadual Central ou do Minas Tênis para minha casa, na esquina da São Paulo com Tupis.

Era também a céu aberto o córrego que corria toda a extensão da Av. Uruguai, desde a Praça Jk - o Acaba Mundo -, parte da Nossa Senhora do Carmo, e seguia pela Professor Morais em direção ao Arrudas, pela Região dos Hospitais. Havia mais um na Francisco Sá, no Gutierrez, que também descia para o Arrudas, na região da Contorno.

E o grande Arrudas, imperador poluído por todo tipo de dejetos, vindo desde Contagem até Beagá pela região da Tereza Cristina, Carlos Prates, Pedro II, ainda hoje aberto na região da Av. dos Andradas, Parque Municipal, Praça da Estação, Floresta, seguia para a Cidade Nova até encontrar a Bacia do histórico Rio das Velhas, em Sabará.

Não sei todos os nomes nem sei bem os cursos desses córregos que nascem em BH e imediações e correm como veias pelo coração da cidade. Sei que de tempos em tempos eles reclamam o leito estreito e impõem sua presença... E, se unindo ao Arrudas, chegam a Sabará, ao Rio das Velhas, que vem do sul, cortando a região central de Minas. Daí essas águas encontrarão o velho São Francisco (que nessas alturas já passou pelas terras dos meus antepassados em Bom Despacho-Dores: minha mãe achava que esse rio imenso, que cortava a fazenda Lagoa Verde onde nasceu, era do pai dela rsrsrs), desaguando lá no mar da Bahia.

Um grande corpo flutuante - a água da chuva, os pequenos ribeirões de BH, o Arrudas, o Rio das Velhas, o São Francisco, o Atlântico - uma água só...

Texto de 17.3.2018


segunda-feira, 12 de março de 2018

Diz que é de Dores do Indaiá...

Diz que é de Dores
e nunca comprou balinha na venda da dona Sinhana
ou no bar do Zé Preto.
E picolé no Bar Marajá ou no Bazar da Fortuna.
Ou um pão São José e uma marta rocha na padaria da Lindeia e Geraldo Celso.
A primeira coca-cola da vida na Churrascaria Central.
Um remédio com o tio Mozart na farmácia Fiúza
ou com o primo Pedico na Farmácia do Pedico.
Polvilho no armazém do sr. Joaquim do Bento;
feijão com o sr. Homero no armazém Ipiranga.
Manteiga direto da casa do sr. Ofli.
Sapatos consertados pelo Tão.
Presentes de Natal nas arquibancadas da Casa Lacerda.
Tudo anotado em cadernetas.
Uma foto no Leonan.
Uma consulta informal com o vizinho de porta, o querido dr. Fábio.
Uma palavra carinhosa da irmã Tereza.
Uma bronca da irmã Filomena.
Roupas lavadas na fonte com sabão à base de soda e abacate ou coco, produzido em casa.
Uma música - a pedidos - na rádio do Zué.
A banda do sr. Vandinho.
Um bom-dia para os vendedores à porta da Casa Cherubino.
As missas do padre Ivo e padre Antenor,
a presença serena do frei Pio.
As matinês de Carnaval no Indaiá Clube.
Piscina do Zacarias, antes do Indaiá.
A sirene estridente do cinema avisando que o filme ia começar.
Os desfiles de gala, com bandas e balizas, de todas as escolas da cidade, em 7 de Setembro.
Queda de peões e troféus de gados no Parque da Exposição.
Figuras excêntricas como Zico, Tereza-muda, João Golô, Vado, Cafia...
Leite na Mãezinha ou ao pé da vaca na fazenda do Custódio. 
Os lindíssimos hotéis Central e Lincoln.
Brincadeiras de papagaio, pegador, pau de enrolar fumo, futebol e circo - no Largo. 
Janelas enfeitadas e ruas decoradas nas procissões de Corpus Christ.
Os anjinhos nas coroações de maio na Matriz.
Visitas dos dançantes em casa, na Festa do Rosário.
Os dias de dar esmola e a visita de leprosos de porta em porta.
E vão dizer que não vivi minha infância em Dores do Indaiá... rsrsrs

12.3.2018..


Print de tela de filme sobre Dores do Indaiá produzido pela ADI


 



."

terça-feira, 6 de março de 2018

Judeus da Babilônia / Judeus de Bavel

Comemoramos numa manhã de sexta-feira, os 80 anos da minha sogra, que, como muitos judeus da Diáspora, não sabe a data precisa de seu nascimento, sabe apenas que é próxima a Purim. Fizemos um passeio pelas raízes da família no Museu da Herança Judaica da Babilônia / Babylonian Jewry Heritage Center, em Or Yehuda, Israel; com café da manhã tradicional, sessão de fotos, passeio guiado pelo museu e um stand up comedy sobre a absorção dos imigrantes do Iraque em Israel. 

Os imigrantes judeus do Iraque, ou Bavel / Babel, migraram para Israel entre 1950 a 1955, após a Segunda Guerra, quando o governo do Iraque permitiu a saída dos judeus com apenas 30 kg por pessoa, sem dinheiro e sem joias, só com aliança de casamento na mão. Aconteceu que, na onda do nazismo alemão na Europa, houve um Farhud / Massacre/ Pogrom contra os judeus em 1 e 2 de junho de 1941 em Bagdá, quando cerca de 170 judeus foram mortos e  2500 foram feridos ou mutilados, tendo suas casas e lojas invadidas. Depois disso, os judeus perderam a confiança nos vizinhos e no governo, incapaz de protegê-los, iniciando um movimento de pressão para receber autorização de migrarem para Israel, formando o movimento sionista do Iraque, ou seja, o movimento de retorno ao Sião, região de Jerusalém. Meus sogros saíram do Iraque para Israel em 1950.

Minha sogra, Nadra Yehezkel, filha de Regina e Yossef Sasson, tinha 12 anos e a família dela foi encaminhada pelo serviço de imigração para Nazaré Elit, região da Galileia. Depois se instalaram de forma definitiva em Ashquelon, onde se encontra o mitológico parque arqueológico com as ruínas da destruição causada por Sansão. Meu sogro, Meir Yehezkel, filho de Naima Mizrahi e de Eliyahu Yehezkel, tinha 13 anos ao chegar a Israel, onde sua familia foi enviada para Ekron, município de Rehovot. Eles se casaram em Israel, quando ela tinha 21 anos e ele 22, por meio de shiduch, um arranjo entre as famílias que se conheciam ainda do Iraque. 

Ao sair do Iraque, os judeus tiveram que abandonar suas casas, comércio e todos os bens, deixando o país apenas com a roupa e o que pudessem juntar em 30 kg, que não fossem objetos de valor. Muitos conseguiram passar valores em saltos de sapato, bainha de roupas ou de outras formas criativas. 

Os judeus oriundos do Iraque, como os meus sogros, ao chegar em Israel, moraram em tendas e depois em maabarot (casas provisórias de madeira fornecidas pelo governo no processo de absorção dos novos imigrantes), mas logo se absorveram na jovem sociedade israelense, pois faziam parte uma imigração forte e estudada. 

Deixaram para trás 2500 anos de cultura judaica rica e expressiva. Desde a destruição e saqueamento do Primeiro Templo pelo rei da Babilônia, Nabucodenosor, cerca de 450 AC, até os anos de 1950 judeus viveram na região da Babilônia, atual Iraque. Até o século 11, essa região, conhecida entre os judeus por Bavel ou Babel, foi o pólo central do judaísmo na Diáspora, passando depois para a Espanha. Mas até o século 18, a yahadut / judaísmo de Bavel permaneceu ditando as regras conforme o Shulhan Aruch bavélico / código de costumes judaicos. 

Para mim é motivo de orgulho meus filhos e eu sermos parte das familias Sasson (da minha sogra), Mizrahi e Yehezkel (do meu sogro), judeus oriundos de Bavel.

Texto de Raquel Teles Yehezkel
2/3/2018


Yehezkel Family

Babylonian Jewry Heritage Center



Babylonians Jewry Heritage Center:
https://www.bjhc.org.il/
https://www.facebook.com/babylonjewry/


quarta-feira, 31 de janeiro de 2018

Lua bonita, se você não fosse casada...

Ó lua,
Como pode tão distante,
mudar assim o meu humor...
Como pode tão distante,
trazer à tona tanto amor...

Fogo no horizonte,
ouro sobre o rio Yarkon,
prata entre os edifícios de Ramat Gan.
De bike pra casa, no ar gelado
do último dia de janeiro,
canto alto e sinto calor.

Ó lua,
Como pode tão distante
trazer tantos momentos?
E no lugar do sopro do mar,
beija meu rosto o ar puro do sertão,
trazendo a doce voz de minha mãe
entoando uma canção:
"Lua bonita,
se você não fosse casada,
eu faria uma escada
pra ir ao céu te beijar,
e misturava seu frio com meu calor,
pedia ao nosso Senhor
pra contigo me casar..."

Lua de fogo,
lua de ouro,
lua de prata.
lua bonita,
Ó, se você não fosse casada!

de Raquel Teles Yehezkel

Fotos de Raquel Teles Yehezkel - Parque Yarkon

                 Parque Yarkon, Tel Aviv




terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Amor em pedaços


Felicidade é uma miragem,
inexiste.
Só é tangível em pequenas doses,
se vivida em pequenos momentos,
no prazer da rotina,
em gostar do que se faz.

Na delícia de degustar um café cheiroso 
e uma fatia de amor em pedaços,
na certeza de ter ao lado alguém em quem se confia,
num filho entrando e saindo de casa em vida agitada,
no cheiro de pão quentinho,
num encontro prazeroso entre amigos,
em andar de bicicleta com vento no rosto,
em tomar banho quente em dia frio,
num trabalho que preenche,
na leitura solitária,
numa paisagem que descansa.

No que está ao alcance.

Se junto vêm momentos de gargalhadas,
viagens a lugares maravilhosos,
um amor que preenche,
isso são grandes presentes da vida,
são momentos que passam,
que não se repetem com frequência
e nem sempre dependem de nós.

Bons momentos são tangíveis na rotina.
E nela não há perfeição.

30.1.2018

Amor em pedaços é um doce de abacaxi 
tradicional da cozinha mineira


quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Janeiro no Largo

Numa praça calorosa, aconchegante de boa vizinhança, no dia 14 do mês de janeiro, no comecinho do ano de 1961, numa casa muito alegre, nasceu de Dora, uma mãe cheia de vida, uma menininha igual a mãe dela e se chamou Carmem.

No dia 17, na casa ao lado, veio ao mundo, de Marilda, Rubens, recebendo nome ancestral, do hebraico: "Reu-ben = Vejam, um menino!"  lindo, sorriso aberto e inteligente, primeiro neto e primeiro filho de uma familia orgulhosa de sua mais nova cria.

No dia seguinte, nesse mesmo largo, nasceu de Maria uma menina risonha, sapeca, lourinha, parecida com a irmã dela, a 12a filha de um casal cheio de filhos lindos, e recebeu o nome bíblico de Raquel.

No dia 6, seguindo a festa no Largo, nasceu Ângela, em casa colonial bem cuidada, cheia de passarinhos, após dois meninos-homens, a menina esperada; engraçada, leve, carinhosa, um anjo como a Neves que lhe deu a luz.

E cresceram ali, naquele Largo aberto, cheio de jovens e meninos, entre bolas de gude, papagaios altos no céu e carrinhos de rolimã; jogando bola, brincado de pegador e rolando na grama do Largo. Conhecendo essa história e a de seus antepassados; seguindo, ainda que distantes, a mesma camaradagem que um dia uniu os pais.

Guardam memórias coletivas dos que aí viviam; são conterrâneos, aparentados - pois nessa pequena Dores quase todos o são -, e guardam com carinho esse berço comum, imaginando como seria a vida de seus pais naquele tempo, cuidando lado a lado da criançada que vinha ao mundo unirem-se à história do Largo, às memórias que a muitos pertenciam.

*****

À direita, casa dos avós do Rubens 
Foto retirada do Facebook, do grupo 
Dores do Indaiá e suas Histórias 

A meus amigos de berço: Carmem Lopes de Lacerda, Rubens Lacerda Ribeiro, Ângela Machado Ribeiro, Simone Carvalho e Cida de Melo Silva, de dona Genuína, que apesar de não ter nascido no Largo, nasceu junto com o Rubens, um dia antes de mim, e se criou ali, bem pertinho da gente. 

Casa da Carmem
Foto de Fernanda de Lacerda Costa

Casa da Ângela ao fundo
Minhas irmãs Lucia e Olímpia com as amigas Maria Elisa, Zulmira, Maura e Piula 

Casa da Raquel - do jornal O Liberal

Casa comercial da família Lacerda, que deu nome à Praça, antigo Largo de São Sebastião.
Print de filme sobre a história de Dores