quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

Janeiro no Largo

Numa praça calorosa, aconchegante de boa vizinhança, no dia 14 do mês de janeiro, no comecinho do ano de 1961, numa casa muito alegre, nasceu de Dora, uma mãe cheia de vida, uma menininha igual a mãe dela e se chamou Carmem.

No dia 17, na casa ao lado, veio ao mundo, de Marilda, Rubens, recebendo nome ancestral, do hebraico: "Reu-ben = Vejam, um menino!"  lindo, sorriso aberto e inteligente, primeiro neto e primeiro filho de uma familia orgulhosa de sua mais nova cria.

No dia seguinte, nesse mesmo largo, nasceu de Maria uma menina risonha, sapeca, lourinha, parecida com a irmã dela, a 12a filha de um casal cheio de filhos lindos, e recebeu o nome bíblico de Raquel.

No dia 6, seguindo a festa no Largo, nasceu Ângela, em casa colonial bem cuidada, cheia de passarinhos, após dois meninos-homens, a menina esperada; engraçada, leve, carinhosa, um anjo como a Neves que lhe deu a luz.

E cresceram ali, naquele Largo aberto, cheio de jovens e meninos, entre bolas de gude, papagaios altos no céu e carrinhos de rolimã; jogando bola, brincado de pegador e rolando na grama do Largo. Conhecendo essa história e a de seus antepassados; seguindo, ainda que distantes, a mesma camaradagem que um dia uniu os pais.

Guardam memórias coletivas dos que aí viviam; são conterrâneos, aparentados - pois nessa pequena Dores quase todos o são -, e guardam com carinho esse berço comum, imaginando como seria a vida de seus pais naquele tempo, cuidando lado a lado da criançada que vinha ao mundo unirem-se à história do Largo, às memórias que a muitos pertenciam.

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À direita, casa dos avós do Rubens 
Foto retirada do Facebook, do grupo 
Dores do Indaiá e suas Histórias 

A meus amigos de berço: Carmem Lopes de Lacerda, Rubens Lacerda Ribeiro, Ângela Machado Ribeiro, Simone Carvalho e Cida de Melo Silva, de dona Genuína, que apesar de não ter nascido no Largo, nasceu junto com o Rubens, um dia antes de mim, e se criou ali, bem pertinho da gente. 

Casa da Carmem
Foto de Fernanda de Lacerda Costa

Casa da Ângela ao fundo
Minhas irmãs Lucia e Olímpia com as amigas Maria Elisa, Zulmira, Maura e Piula 

Casa da Raquel - do jornal O Liberal

Casa comercial da família Lacerda, que deu nome à Praça, antigo Largo de São Sebastião.
Print de filme sobre a história de Dores





4 comentários:

  1. Muito demais,Raquel!
    Sortuda,nascer e ter uma infância feliz neste lugar maravilhoso!

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  2. Meu Deus; Boas recordações de Dores. EU AINDA MORO EM DORES NÃO MORO NA PRAÇA LACERDA OU LARGO COMO CHAMAVAM. PORÉM CONHECI TANTOS QUE DALI JÁ SE FORAM. NASCI NA PRACA DA MATRIZ. AQUI AINDA MORO 75ANOS AMO NOSSA DORES. CONHECI MUITO SEU PAI. UM ABRAÇO.

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