Eu morava ali, com a minha numerosa família,
no apartamento que foi do meu avô,
no 9 º andar da rua São Paulo 848,
bem na esquina da deliciosa Tupis de mistérios sem
fins;
a mesma que me conduzia ao melhor mercado do mundo,
o Mercado Central de Belo Horizonte.
Ali pertinho da primeira livraria Lê / Leitura,
na 37-A da Galeria Ouvidor.
Entre os "points" da época:
as lanchonetes Ted's e Saci.
Em cima da importadora Chen,
que vendia os melhores perfumes do momento,
e da Casa Áurea de tecidos.
A poucos passos da padaria Strombolle
e suas deliciosas martas-rocha;
da Frutobel e seus mirabéis;
do pastel de carne, frango, queijo e palmito do
Chinês;
da Agência Albinos de turismo,
que vendia as famosas e fedidas sandálias de couro
da Bahia.
Perto do primeiro Fliperama da cidade,
do copo sujo Café Bahia - 24/7,
e do inesquecível Cine Jacques.
E ali, quase que diariamente,
me perdendo por esse curto trajeto sem fim,
chegava à 'lan house' da minha infância,
a casa da minha tia Jacyra,
no 9 º andar da Tupis 300,
para consultar - com todo o respeito –
como a um santuário,
a Barsa.
Ah, a Barsa...
como uma única palavra pode despertar tantas
lembranças!
Assim como o cheiro de madelaine em Michel Proust
conduz a
onde mora as delícias e as dores de toda infância –
perdida.
Memória afetiva de um tempo
que ficou na pré-história
num breve piscar de olhos.
29.11.18
Texto relacionado a um vídeo cômico
sobre o tempo da Enciclopédia Barsa.
Amei!!
ResponderExcluirQuantal lembranca boa! Sinto ate o cheiro do café da padaria Stromboli. A infância de enciclopédia e nenhum computador. Tinha tempo pro misto quente com Coca-Cola e sundae no Ted's aos domingos. Muita prosa e muitos risos pra ficar juntinho dos amigos.No aniversário comemorava no Saci da rua São Paulo comendo empadas.
ResponderExcluirA vida era tranquila, e a pressa pra quê?