terça-feira, 25 de março de 2014

EMÍDO TELES DE CARVALHO: ORANDO DE JOELHOS



ORANDO DE JOELHOS

Emídio Teles de Carvalho, Dores do Indaiá 1966

Encontrei no seu quarto, de madrugada,
Minha mãe rezando ajoelhada
Com o terço entre os dedos da mão.
Gravei no subconsciente essa lembrança
Esse ardor de fé e crença
Dessa santa de joelhos calejados do chão.

Perguntei às flores dos palmeirais
Perguntei ao vento que soprava os bananais
Interroguei também à madrugada
Perguntei à cruz velha da praça
Fitando o seu histórico braço
Se ouviram a prece de minha mãe amada!

Enfim, perguntei às estrelas e à lua
Que iluminava a praça e a rua
Se ouviram minha mãe a Deus
Orando, lá no seu cantinho
Apertando a cruz no peito seu!



Texto do meu pai, Emídio Teles de Carvalho, de abençoada memória: "Sempre que eu voltava de alguma viagem, antes mesmo de chegar a minha casa, passava pela casa de minha mãe, que fica na Praça dos Coqueiros. Sabendo que eu chegaria, ela sempre me esperava acordada. Numa dessas vezes, voltando de Patos de Minas, passava de uma da madrugada, quando, como de costume, passei por sua casa. Achei que era tarde demais para encontrá-la acordada, mas encontrei-a esperando, rezando de joelhos no chão. Dessa imagem me veio a inspiração para esta poesia, a qual dedico com muito carinho à minha querida mãe: dona Clarinda Theodora de Carvalho" (Texto publicado no jornal de Dores do Indaiá, "O Liberal" em 31/07/2000, pelo jornalista Antonio Lopes Cançado. O poema é de 1966.



Clarinda Teles

Emídio Teles






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