Mesa posta, noite de Rosh Hashaná. Antes do jantar, faz-se as bênçãos para o Ano Novo.
Primeira vez que comemoramos em nossa casa, com a família reduzida. Novo lockdown, pela segunda onda do coronavírus, começou na noite do chag /feriado e vai até após Sukot/ Tabernáculos, englobando também Yom Kipur / Dia do Perdão.
Todos os anos comemoramos na casa dos meus sogros, com meu sogro conduzindo as bênçãos. Diferente, e também triste, que não possamos reunir a grande família à mesa... Enfim...
O que tem à mesa nesta noite tão especial? Mel e maçã para que o ano seja doce como mel. Romã, para que nossa vida tenha abundância como os grãos da romã; uma fruta que ainda não comemos nesta estação (coloquei tâmaras e mexirica, pois tâmaras eu já havia comido, não resisti kkk) para fazermos a benção do Shehiyanu, benção que se deve fazer em cada momento da vida em que se tem o privilégio de vivenciar algo pela primeira vez. Tem também folhas verdes amargas, que cortamos sobre a cabeça, pedindo ao Eterno para expulsar os inimigos de nossa vida. Tem vagens com grãos múltiplos, simbolizando a prosperidade, o sustento no dia a dia. E deve ter a cabeça de um peixe ou um peixe inteiro (colocamos um osso como símbolo, já que não fizemos peixe com cabeça - filé não adianta) para que possamos pedir a benção de que sejamos, neste ano, a Cabeça e não o rabo, que estejamos na liderança de nossa própria vida.
Antes, claro, faz-se a traditional benção do pão e do vinho que se faz toda sexta de noite na entrada do Sábado / Shabat. O chefe da familia conduz as bençãos, lendo-as no livreto, e todos as repetem. Este ano, meu marido conduziu as bênçãos: Sheyhianu ve kiymanu ve higuianu...
Israel, setembro de 2020
Raquel Teles Yehezkel